12 de maio de 2021

GRUPO DE PESQUISA E GRUPO DE ESTUDO

 


Encontro do Grupo de Estudo Caminhos da Pesquisa em Educação. Atividade do MEDUC - Grupo de Pesquisa História e Memória Social da Educação e da Cultura. Dia 06 de maio de 2021

Grupo de Pesquisa e Grupo de Estudo.

São a mesma coisa? São coisas diferentes?

Diferenciar os dois, ou não, faz diferença?

 

Para o CNPq:

“O grupo de pesquisa é definido como um conjunto de indivíduos organizados hierarquicamente em torno de uma ou, eventualmente, duas lideranças:

  • cujo fundamento organizador dessa hierarquia é a experiência, o destaque e a liderança no terreno científico ou tecnológico;
  • no qual existe envolvimento profissional e permanente com a atividade de pesquisa;
  • cujo trabalho se organiza em torno de linhas comuns de pesquisa que subordinam-se ao grupo (e não ao contrário);
  • e que, em algum grau, compartilha instalações e equipamentos.”

 

E o grupo de estudo?

Todo estudante, em algum momento, por iniciativa própria, ou orientado por professores, já organizou um grupo ou equipe para estudar um assunto, para organizar uma apresentação, prepara-se para um exame.

No dia a dia de um Grupo de Pesquisa, a formação de um grupo de estudo é uma das atividades acadêmicas. Durante um certo período, um grupo de estudantes e professores fazem estudos de aprofundamento sobre um assunto de interesse de todos e ligado ao objetivo do Grupo de Pesquisa.

 

Portanto, são duas atividades diferentes, porém com alguma coisa em comum.

E o que é comum ao Grupo de Pesquisa (atividade mais abrangente) e ao Grupo de Estudo (atividade mais específica)?

Tanto uma como outra atividade podem criar ambientes para o “o desenvolvimento de uma atitude investigativa”, expressão usada pela Profª. Lucília Santos, em um texto que trata da pesquisa na formação docente. (SANTOS, Lucíola L. C. P. Dilemas e Perspectivas na relação entre ensino e pesquisa. EM: ANDRÉ, Marli (Org.) O papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Campinas: Papirus, 2001. págs. 11-25.

 

Outros pensadores, na educação, tratam da “atitude investigativa”.

Pedro Demo desenvolve ao longo de sua trajetória a perspectiva que ele chama “educar pela pesquisa”. (DEMO, P. Educar pela pesquisa. Campinas, SP: Editores Associados, 1997.)

Nesta perspectiva, o professor e o aluno são atores em permanente trabalho de investigação. A pesquisa é compreendida como uma atitude cotidiana, sem a qual a educação escolar não tem razão de existir. A proposta de Pedro Demo encontra-se com a reflexão mordaz de Paulo Freire sobre o que este denomina “educação bancária” – aquela que não estimula a curiosidade, que transmite “sentenças” que os envolvidos “memorizam e repetem”. (FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982)

 

Estas proposições - por sinal muito desafiantes – apontam caminhos possíveis para fazer do grupo de estudo ou do grupo de pesquisa oportunidades para o “desenvolvimento de uma atitude investigativa”.

 José  Edvar Costa de Araújo

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